quarta-feira, 11 de maio de 2016

Entenda as cinco competências do ENEM




Competência 1 – Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.
Competência 2 – Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo- argumentativo em prosa.
Competência 3 – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Competência 4 – Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Competência 5 – Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Vamos abordar de forma simplificada uma a uma:

Competência 1 – Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.

Esta competência, avaliará se o aluno é capaz de distinguir a modalidade oral, que se caracteriza por apresentar frases fragmentadas, visto que, os interlocutores podem complementar as informações de acordo com que a interação ocorre, da modalidade escrita, norma culta, no qual as informações devem estar presentes, completas nas frases.




 Competência 2 – Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo- argumentativo em prosa.


Nessa competência, será avaliado se o aluno compreendeu a proposta e desenvolveu dentro dos limites estruturais. Em outras palavras, não basta compreender a proposta, precisa também compreender que ela deve ser desenvolvida na modalidade dissertativo-argumentativa.
Nesse contexto, faz-se necessário atentar para o tangenciamento do tema e afuga total do tema.
Considera-se tangenciamento ao tema a abordagem parcial, realizada somente nos limites do assunto mais amplo a que o tema está vinculado, deixando em  segundo plano a discussão em torno do eixo temático objetivamente proposto.
Considera-se fuga total ao tema, quando nem o assunto mais amplo e nem o tema proposto é são desenvolvidos.
Como exemplo, duas possibilidades de tangenciamento do Enem 2014;
·         Redação completamente estruturada no debate sobre a publicidade infantil em geral (mas não no Brasil);
·         Redação completamente estruturada no debate sobre a publicidade, sem associação a publicidade infantil no Brasil, ou seja, sobre questões genéricas da publicidade, sem vinculação ao público infantil e o Brasil.


Competência 3 – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

            A competência de número 3, avalia a inteligibilidade do seu texto, a relação de sentido entre as partes do texto, a precisão vocabular, a progressão temática, e a adequação do conteúdo do texto com o mundo real. o vestibulando deve dominar muito bem coesão e coerência.


Competência 4 – Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.


Os aspectos a serem avaliados nessa competência dizem respeito à estruturação lógica e formal entre as partes da redação. O vestibulando deve compreender como os parágrafos devem ser estruturados, a estruturação dos períodos e referenciação.


Competência 5 – Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

          O aluno deve expressar sua visão como autor das possíveis soluções para a questão discutida. E esta solução deve ser detalhada, de uma maneira que o corretor possa julgar sua exequibilidade, ou seja, se ela é executável ou não. Ainda, deve respeitar os direitos humanos e evitar propostas vagas, procurando sempre propostas mais concretas, específicas e consistentes. Esta competência é avaliada levando-se em consideração dois fatores:
  • Presença de proposta X Ausência de proposta;
  • Proposta com detalhamento X Proposta sem detalhamento.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

A gramática no texto


Uma questão que hoje se coloca aos professores de português é se vale a pena ensinar gramática. Muitos consideram que não, alegando que no estudo da língua o que interessa é desenvolver habilidades de leitura e produção textual. Quem diz isso esquece que a gramática não é apenas um repositório de normas; também ajuda disciplinar o raciocínio e estruturar com segurança a frase.

A questão não é suprimir a gramática, mas atentar para a forma como ela deve ser ensinada. Não tem sentido, por exemplo, cobrar o mero reconhecimento das classes de palavras; nem limitar a abordagem sintática à apresentação de períodos em que se pede ao aluno que identifique as funções (sujeito, objetos, predicativo etc.). Tampouco se deve confundir o ensino da norma com a apresentação de listas contendo exemplos de certo ou errado.

O trabalho com o texto abaixo é uma pequena sugestão de como proceder. A partir das escolhas feitas pelo escritor, comentam-se tópicos de gramática, semântica, pontuação. Sempre destacando o confronto entre a norma e as modificações, supressões, acréscimos que visam à expressividade. Segue o texto com os respectivos comentários:

Confissões de um dependente
Adriano Silva 

Confesso: sou um dependente da aprovação alheia (1). Preciso me sentir amado para me sentir bem. E sofro crise de abstinência quando as pessoas ao redor são pouco carinhosas comigo. Sem o aplauso, sem o sorriso cúmplice, sem o ambiente acolhedor, eu não vivo (2). O mero tratamento neutro me soa sempre como agressão, como postura hostil.

Tem muita gente como eu por aí. Talvez você mesmo seja um de nós. Ainda que não venhamos a nos organizar numa AAA em que os dois últimos "as" signifiquem "aprovação alheia", uma coisa é certa: precisamos nos tratar. Quem tem essa dependência se coloca refém do humor alheio. Se alguém é áspero com você, você (3) se culpa e se responsabiliza por isso. Se a outra pessoa é rude, você (3) se preocupa, olha desconfiado para a própria conduta, se desestabiliza emocionalmente.

Os dependentes da aprovação alheia se tornam, com o tempo, seres frágeis. Patéticos até (4), em sua hipersensibilidade, em seu melindre crônico. Ao colocarem sua felicidade em mãos alheias, se tornam pessoas facilmente manipuláveis. Ao definir sua tranquilidade em relação a elas mesmas a partir do olhar dos outros, abrem uma brecha enorme em sua autoestima. Não falta no mundo gente que perceba essa porta aberta e a use para jogar com a carência de afeto. Trata-se dos predadores emocionais. É preciso ter cuidado com eles. Gente que faz desse assédio afetivo uma afiada arma de competição, de ascensão social, de exercício de poder sobre o outro.

Por isso admiro quem não dá a mínima (5) para os outros. Quem nasceu blindado contra o poder da opinião alheia, do que possam pensar ou sentir a seu respeito. Pessoas assim se respeitam mais, se preservam mais. Resolvem suas inseguranças de outro modo, sem expor o traseiro nu na janela (6). Com isso, imagino, sofrem menos. Essas pessoas sabem que no fundo estamos todos sozinhos neste mundo. E que a opinião que realmente conta sobre elas é a delas mesmo. (em Época)
Comentários

(1) Nessa passagem é válido destacar a elipse da conjunção integrante, indicada pelos dois-pontos. O autor poderia ter escrito, objetivamente: "Confesso que sou um dependente da aprovação alheia". Mas com isso não faria o mesmo apelo à atenção do leitor; enfatizaria mais o conteúdo da oração seguinte do que a disposição de se confessar. Valorizando essa disposição por meio da pausa, ele não só dá destaque ao que vem a seguir como se mostra envolvido emocionalmente. A elipse dá certo dramatismo à confissão.

(2) Eis um bom momento para mostrar o efeito da prótase (inversão). A sequência de adjuntos antepostos aos termos principais (sujeito e verbo) aumenta a expectativa do leitor. O comum hoje é preferir a ordem direta, mas não há dúvida de que começar a oração por "eu não vivo" diminuiria a tensão do período. O essencial já teria sido dito; e os próprios adjuntos, colocados na sua posição normal (ou seja, depois do verbo), teriam menos destaque.

(3) O uso de "você" é um recurso típico da linguagem oral. Visa a aumentar a comunicação com o leitor, para quem o autor parece falar diretamente. O recurso funciona numa crônica, como é caso do texto de Adriano Silva, mas não se recomenda em produções que demandam certa formalidade. Quem vai redigir no Enem deve evitar o uso coloquial desse pronome sob pena de infringir a Competência 1.

(4) Essa é uma boa passagem para comentar o efeito positivo da fragmentação da frase. O autor poderia ter escrito: "...se tornam seres frágeis, até patéticos, em sua hipersensibilidade crônica...". O predicativo (patéticos) está coordenado a "frágeis", da mesma função sintática. Deveria, então, estar ligado a ele por vírgula. Separado por um ponto, ganha uma autonomia que semanticamente o destaca do adjetivo anterior. O professor pode comparar essa passagem com fragmentações negativas, não estilísticas, que aparecem muito nas redações (aquelas em que se separam as orações subordinadas das principais, por exemplo).

(5) Também é próprio da linguagem oral suprimir partes do enunciado. Nesse trecho, está implícito após o adjetivo "mínima" um substantivo como "importância" ou "atenção". Podem-se mostrar outros casos de supressão, que também aparecem no texto publicitário, e comentar-lhes o efeito expressivo. Por exemplo: "Aquela garota se acha", "Ele é o cara", "Hoje não estou a fim", "Nativa SPA. Você se sente".

(6) Nessa passagem se deve chamar a atenção para o disfemismo, que é uma intensificação grosseira ou chula do sentido. O que levou o autor a optar por esse tipo de registro, em vez de escrever apenas: "sem expor excessivamente a intimidade"? Esta segunda forma traduz menos envolvimento pessoal; seria própria de quem comentasse sobre os dependentes da opinião alheia mas não se reconhecesse um deles. A versão disfêmica constitui uma escolha raivosa e agressiva, que sugere repúdio, desconforto, insatisfação consigo mesmo.

www.chicoviana.com


quarta-feira, 4 de maio de 2016

Curso: correção de refação para professores - em Uberlândia



PROGRAMA DE FORMAÇÃO DOCENTE

 LINGUÍSTICA TEXTUAL APLICADA À PRODUÇÃO E
 CORREÇÃO DE TEXTOS


Desenvolver a habilidade de escrever bem sempre foi uma das grandes preocupações do professor de Língua Portuguesa em relação aos seus alunos. Outro grande desafio é avaliar e corrigir adequadamente os textos, gerando subsídios poderosos que garantam estratégias de intervenção escrita eficiente.

Como desenvolver correções de redações, de modo a levar os alunos à progressão na arte de escrever?

Como corrigir redações, segundo os critérios mais conhecidos das bancas de universidades da região ou Enem?

O que torna uma correção realmente eficiente?

Nossa proposta é fornecer ao professor de Língua Portuguesa ou Redação as ferramentas que façam dessa tarefa, normalmente encarada como árdua, infrutífera, os meios para desenvolver competências e habilidades leitoras e produtoras textuais, bem como tecnologias que permitam ao docente preparar e conduzir suas aulas e a correção de redações de forma dinâmica, alegre, prazerosa, efetiva.


PÚBLICO ALVO: Professores de Língua Portuguesa e Redação das redes públicas e particulares; acadêmicos dos cursos de Letras.

PERÍODO DO CURSO: dois meses ( quarenta horas aula - emitimos certificado).
DIAS DE REALIZAÇÃO DO CURSO: aos sábados das 08:30h00min às 12:30h00min, quinzenalmente.
INVESTIMENTO: Entre em contato : (34)3086 9696   -  3237 5844 - 99149 2401
contato@palavraperfeita.com.br
facebook/palavraperfeita


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